sábado, 30 de agosto de 2008

Navegador do outro mundo


Imagine se, em vez de português, você hoje falasse chinês — ou se Brasil fosse escrito assim: . No que dependesse de um almirante chamado Zheng He, poderia ser verdade. Entre 1405 e 1433, ele comandou uma imensa frota que percorreu a Ásia e o leste da África, até a atual Tanzânia. Faltou pouco para dobrar o Cabo da Boa Esperança, na pontinha do continente africano — o que o português Bartolomeu Dias só faria em 1488 — e achar o caminho para a América (veja mapa na página 74). Tudo isso oito décadas antes de exploradores cujos nomes o Ocidente sabe de cor, como Cristóvão Colombo.
Muitas diferenças, porém, separam as sete expedições de Zheng He das similares ocidentais. A primeira delas era bem visível: reunindo até 28 000 homens e 317 navios (alguns mais compridos que um campo de futebol), suas esquadras eram colossos flutuantes. Mais: pelo menos desde 1117 — setenta anos antes dos europeus — os chineses já usavam a bússola para navegar. Também dividiam o casco do navio em gomos, evitando que se inundasse todo em caso de acidente, truque que os ocidentais levariam séculos para descobrir.

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