terça-feira, 28 de julho de 2009

Noticias - Tesouros da Babilônia

Tesouros da Babilônia

Por Khalid al-Ansary

BAGDÁ (Reuters) - Arqueólogos iraquianos descobriram 4.000 artefatos, em sua maioria da antiguidade babilônia, incluindo carimbos reais, talismãs e tabuletas de argila marcadas em escrita cuneiforme sumeriana, a mais antiga forma conhecida de escrita.

O Ministério do Turismo e das Antiguidades anunciou na quarta-feira que os tesouros foram encontrados após dois anos de escavações em 20 lugares diferentes nas regiões entre os rios Tigre e Eufrates, a terra descrita pelos gregos da antiguidade como Mesopotâmia.

Além de artefatos babilônios, foram encontrados artefatos do império persa da antiguidade e outros de cidades islâmicas medievais, mais recentes.

"Os resultados destas escavações indicam que as antiguidades iraquianas não vão se esgotar no futuro próximo", disse um porta-voz do Ministério do Turismo e das Antiguidades, Abdul-Zahra al Telagani.

"Eles também nos incentivam a continuar o trabalho de reabilitação de nossos sítios antigos, para convertê-los em atrações turísticas."

Os artefatos serão transferidos para o Museu Nacional em Bagdá, que precisa ser reabastecido desde que saqueadores roubaram dele aproximadamente 15 mil artefatos após a invasão de 2003 liderada pelos EUA. Desde então, cerca de 6.000 dos itens roubados foram devolvidos.

Situado no coração de uma região descrita pelos historiadores como berço da civilização, o Iraque espera que a redução da violência para níveis não vistos desde o final de 2003 incentive turistas a visitar seus sítios antigos.

Alguns dos destaques potenciais incluem a cidade bíblica da Babilônia, famosa por seus Jardins Suspensos, a cidade assíria de Nínive, ao norte, relíquias de muitas cidadelas islâmicas medievais e alguns dos santuários e mesquitas mais sagrados do islã xiita.

O Iraque recebeu o primeiro grupo de turistas ocidentais no mês passado, e as autoridades esperam que venham outros.

Abbas Fadhil, chefe da equipe responsável pelas escavações, acha que alguns dos artefatos encontrados podem ter significado enorme.

Dos dois talismãs raros encontrados, um mostra um rosto esculpido em estilo sumeriano, emoldurado por um triângulo. O outro é uma pedra vermelha com um antílope correndo gravado nela.

Qais Hussein Rasheed, diretor interino do comitê de antiguidades e patrimônio histórico, disse a jornalistas que o país ainda tem um problema sério com saqueadores assaltando sítios arqueológicos.

"Esses sítios são vulneráveis a roubos intermináveis cometidos por ladrões, contrabandistas e quadrilhas organizadas, porque não são protegidos", disse ele. "Pedimos aos ministérios relevantes que mandem policiais para vigiá-los, mas não recebemos muitos até agora."

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A história da vacina é antiga


Ao perceberem que os sobreviventes de um ataque de varíola não voltavam a sofrer da doença, muitos povos tentaram provocar a moléstia numa forma mais branda. Os primeiros registros desta prática, que recebeu o nome de variolização, remontam aos chineses. Era conhecida entre diversos povos da África e da Ásia, como hindus, egípcios, persas, circassianos, georgianos, árabes.
Na Turquia, no início do século XVIII, duas inoculadoras de origem grega ficaram famosas – uma delas, a Tessaliana, chegou a imunizar cerca de 40 mil pessoas. As técnicas diferiam: algodão, com pó de crostas ou pus inserido no nariz, vestir roupas íntimas de doentes, incrustar crostas em arranhões, picar a pele com agulhas contaminadas, fazer um corte na pele e colocar
um fio de linha infectado ou uma gota de pus.
Embora a variolização pareça ter sido praticada em algumas regiões da França, na Escócia, no País de Gales e na Itália, atribui-se sua introdução na Europa à Lady Mary Wortley Montagu, mulher do embaixador britânico na Turquia, que fez inocular seus filhos. De Londres, a prática se espalhou pelo continente, popularizada pela adesão da aristocracia. Foram imunizados as princesas reais Amélia e Caroline, na Inglaterra, Luís XVI, na França, Catarina II, na Rússia.

A VARIOLIZAÇÃO LOGO CHEGOU ÀS AMÉRICAS.

Jesuítas inocularam índios no Brasil, e Zabdiel Boylston imunizou 243 pessoas durante uma epidemia em Boston, em 1721. Na mesma cidade, em 1764, novo surto de varíola levou à criação de dois hospitais particulares para inoculação. John Adams, mais tarde presidente dos Estados Unidos, submeteu-se ao tratamento. Este era prolongado – três a quatro semanas de internação e de duas a três em convalescença. Após ver seus exércitos ao norte devastados pela varíola, mudando o curso da guerra, George Washington ordenou a variolização compulsória de suas tropas em 1777.
Desde sua introdução na Europa, a variolização sempre enfrentou uma oposição ferrenha, que se agravou com a comprovação de que cerca de 2% dos inoculados morriam e muitos desenvolviam formas graves da doença. Com isso, em muitos locais, a prática foi suspensa.


A FAMA FICOU COM OUTRO

Quem ficou com a fama foi o inglês Edward Jenner, que em 1796 observou que as vacas tinham nas tetas feridas iguais às provocadas pela varíola no corpo de humanos. Realmente os animais tinham uma versão mais leve da doença, a varíola bovina, ou "bexiga vacum". Ao observar que as mulheres responsáveis pela ordenha quando expostas ao vírus humano tinham uma versão mais suave da doença, ele recolheu o líquido que saía destas feridas e o passou em cima de arranhões que ele provocou no braço de um garoto. O menino teve um pouco de febre e algumas lesões leves, tendo uma recuperação rápida. A partir daí, o cientista pegou o líquido da ferida de outro paciente com varíola e novamente expôs o garoto ao material. Semanas depois, ao entrar em contato com o vírus da varíola, o pequeno passou incólume à doença. Estava descoberta assim a propriedade de imunização. (O termo "vacina" seria, portanto, derivado de "vaca").

Jenner ficou com a fama mundial, mas parece não ter sido o primeiro realmente a inventar a vacina. O livro "A História e suas epidemias: a convivência dos homens com os microorganismos", do médico Stefan Cunha Ujvari, lançado pela Editora Senac, conta que muito antes disto os chineses já tinham criado seu método de imunização. Eles trituravam as cascas das feridas produzidas pela varíola, onde o vírus estava presente, porém morto, e sopravam o pó através de um cano de bambu nas narinas das crianças. O sistema imunológico delas produzia uma reação para o vírus morto e, quando expostas ao vírus vivo, o organismo já sabia como reagir, livrando os pequenos da doença.


Fonte http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=6147

terça-feira, 21 de julho de 2009

Patrimônio em perigo

Cidade em risco
Fundada em 1735 e antigo centro de mineração, Traíras (GO) está por um triz. Praticamente todas as edificações da cidade correm risco de desabar.
Juliana Farias

Não é só um prédio ou um monumento. É praticamente a cidade inteira. Com tantas construções caindo aos pedaços, o vilarejo de Traíras, no norte de Goiás, é um verdadeiro patrimônio em perigo. Fundada em 1735 pelo português Manoel Tomar, o lugar era o principal centro de mineração da região. Foi sede de uma das poucas casas de fundição da província, e até pelo menos 1800, quinze mil garimpeiros chegaram a circular por ali.

“Atualmente, esse arraial é o retrato do descaso brasileiro pela História. Só existem os restos de paredões e algumas casas, que ainda resistem de pé graças ao empenho de alguns moradores, que esperam receber indenização do governo como reconhecimento pela conservação”, denuncia a escritora goiana Sinvaline Pinheiro.

Da igreja do Rosário, tombada pelo Iphan em 1955, com parecer de Carlos Drummond de Andrade, só ficou uma parede de meio metro de espessura, cercada de muito mato e de um chiqueiro de porcos. Enquanto promessas e projetos de políticos não saem do papel, os poucos moradores que ainda sobrevivem ali lutam para suas casas não tombarem de vez.

Fonte:Revista da Biblioteca Nacional

domingo, 19 de julho de 2009

Máquina para pentear macaco


J. Carlos para Careta, 1907

Automóvel, avião, telefone, gramofone... A virada do século XIX para o XX foi uma época de grandes inovações tecnológicas. Mas as novidades nem sempre atendiam às reais necessidades das pessoas. J. Carlos não deixou por menos e fez piada com a febre de invenções.

O GUERREIRO GÊNGIS KHAN

Inspirado em pesquisas recentes, como a do historiador russo Lev Gumilev, Bodrov realizou O guerreiro Gêngis Khan, rodado no norte da China, na Mongólia e no Cazaquistão. O filme acompanha a trajetória de um povo nômade que conquistou um grande império.
Após a traição e morte de seu pai, o jovem Temudgin passa a ser tratado como um escravo pelos clãs de sua região na Mongólia. Auxiliado por sua noiva, com quem fez um pacto ainda na infância, Temudgin cresce com sede de poder. Em uma impressionante jornada, se torna um dos maiores conquistadores que o mundo já conheceu.
Entre batalhas épicas e as paisagens nevadas, Mongol ( Gênghis Khan ) reconstitui a história da formação desse império, que chegou a ocupar uma área que ia da Ásia à Polônia, passando pela Geórgia, pelo atual Iraque e pela Síria. Tudo isso entre o fim do século XII e o início do XIII.

O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, quem quiser ter a ideia de como será o filme basta ver o vídeo abaixo, além disso o valor histórico do filme é incontestável.

O GUERREIRO GÊNGIS KHAN: (Alemanha, Cazaquistão, Rússia, Mongólia, 2007, 120 min). Direção: Sergei Bodrov. Distribuição: Europa Filmes.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Platoon - mais um filme


Mais um filme histórico que recomendo para os aficcionados em história da guerra, Platoon é o retrato dos horres da Guerra do Viatnã, a humanidade não pode esquecer do drama que aquele povo viveu. Platoon (br: Platoon / pt: Platoon - Os bravos do pelotão) é um filme estadunidense de 1986, do gênero drama de guerra, escrito e dirigido por Oliver Stone.
O filme mostra a trajetória do jovem Chris, que troca a matrícula na universidade para servir como recruta no Vietnã, experimentando toda violência e loucura de uma carnificina sem sentido.
Na guerra o jovem trava contato com os sargentos Barnes e Elias. O primeiro, um assassino brutal e psicopata e o segundo, um pacifista inteligente e sensível. Apesar do maniqueísmo, o filme possui cenas antológicas, como a chegada ao Vietnã, a chacina de uma vila vietnamita e o primeiro contato do pelotão ("platoon") com o inimigo. Este é o resumo do filme, mas vale salientar que em torno da história de ficção está a história verdadeira, por issso vamos fazer um apanhado do contexto histórico.
Em 1946, a tentativa francesa de restabelecer o colonialismo no sudeste asiático, provocou a Guerra da Indochina, em que o imperialismo francês enfrentou grupos de guerrilhas no Vietnã e no Laos, culminando com a derrota francesa na Batalha de Dien Bien-phu em 1954. Nesse mesmo ano, a Conferência de Genebra, convocada para negociar a paz na Indochina, reconheceu a independência do Camboja, Laos e Vietnã. Na conjuntura internacional marcada pela "guerra fria", o Vietnã dividiu-se em duas porções a partir do paralelo 17: o norte, socialista representado pela República Democrática Popular do Vietnã, liderada por Ho Chi Minh, com capital em Hanói e o sul, capitalista formado pela República Democrática do Vietnã, comandada por Ngo Dinh-diem, com capital em Saigon. Segundo a Conferência de Genebra, a divisão era temporária e a reunificação do país deveria acontecer em 1956, com a convocação de eleições populares.
O cancelamento das eleições pelo governo do Vietnã do Sul, desencadeou a Guerra do Vietnã em 1960, ano em que também foi fundada a Frente de Libertação do Vietnã do Sul, da qual germinou o "vietcong", guerrilha comunista apoiada pelo Vietnã do Norte. O regime pro-ocidental do sul, pressionado pelos vietcong, passou a contar com a colaboração de consultores norte-americanos enviados pelo presidente John Kennedy.
Em 1964, alegando que navios americanos tinham sido atacados por lanchas do Vietnã do Norte, o presidente Lyndon Johnson, autorizou a intervenção militar ao país asiático, que no auge da guerra chegou a ter 550 mil soldados combatendo no Vietnã do Sul. Uma nova escalada de guerra iniciou-se em 1965, quando o governo dos Estados Unidos iniciou um bombardeio sistemático sobre o Vietnã do Norte.
Em janeiro de 1968, o Vietnã do Norte e os vietcong, desencadearam a "ofensiva do Tet" (o ano-novo vietnamita) e o presidente Johnson determinou a paralisação dos bombardeios. Importantes cidades do sul foram ocupadas pelos nortistas, que chegaram à periferia da capital Saigon. Vindos de uma guerra de libertação contra a França, os norte-vietnamitas usaram melhor as estratégias de guerrilha aproveitando-se das vantagens geográficas (selva fechada e calor de 40 graus) para derrotar os norte americanos. Esses por sua vez, não mediram esforços e investindo mais de 250 bilhões de dólares, além de terem utilizado material bélico condenado pelas Nações Unidas, como bombas químicas de alto poder destrutivo, destacando-se as desfolhantes como a de "napalm".
Em campanha eleitoral, o candidato republicano Richard Nixon, prometia "trazer os rapazes de volta", mas eleito presidente, realizou a vietnamização do conflito, que entre 1969 e 1973, combinava a retirada gradual com pesados bombardeios sobre o norte e com intervenções militares no Laos e Camboja (Segunda Guerra da Indochina), visando eliminar as "trilhas Ho Chi Minh", usadas pelos vietcong.
Em 1973, os Acordos de Paris estabeleceram o fim do envolvimento norte-americano na Indochina, oficializando o término da Guerra do Vietnã, com a derrota dos Estados Unidos. No ano seguinte o Khmer Vermelho (comunista), assumia o poder no Camboja através da conquista de Phnom Penh, capital do país.
A luta entre as forças sul-vietnamitas e vietcong continuaram até o dia 30 de abril de 1975 quando os Estados Unidos retiraram seus últimos representantes de Saigon, que cairia sob domínio das tropas vietcong. A Guerra do Vietnã chegava ao fim com a conquista de Saigon pelos vietcong e a reunificação do país sob regime comunista, com a denominação de República Socialista do Vietnã.

Fonte: Revista de História

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Forró - Deixa a Chuva cair

As maiores secas da História


1877
Calcula-se que 500 mil pessoas morreram nesse ano por causa da seca. O Estado mais atingido foi Ceará. O imperador dom Pedro II foi ao Nordeste e prometeu vender "até a última jóia da Coroa" para amenizar o sofrimento dos súditos da região. Não vendeu.

1915
A intensidade da estiagem levou o governo a reestruturar o Instituto de Obras Contra as Secas (Iocs), que passou a construir açudes de grande porte. Até então, o Iocs se concentrava em perfuração de poços, confecção de mapas e abertura de estradas.

1934/36
Considerada a maior seca de todos os tempos até o início dos anos 80. A estiagem se estendeu pelos nove Estados nordestinos e chegou a Minas Gerais. A partir dela as secas do sertão do Nordeste passaram a ser encaradas como flagelos nacionais.

1979/85
A mais longa e avassaladora seca deste século foi marcada por uma onda de saques que chegou ao auge em 1981. Diante da situação, o presidente João Figueiredo declarou que só restava rezar para chover. Não deu certo. A seca e o governo acabaram juntos.

1997/99
Os sinais mais graves da estiagem começaram a ser sentidos em outubro do ano passado. Desta vez, um fenômeno social tornou-se marcante na briga para resistir ao flagelo ambiental: os saques em mercados, feiras e prefeituras das cidades sertanejas.

2001
O Rio São Francisco agonizou com a maior seca da sua história. Somado ao assoreamento, a seca reduziu drasticamente o volume de suas águas. A barragem de Sobradinho, a mais importante da região NE, atingiu os níveis mais baixos de sua história. A água no local em 1º de novembro de 2001 estava a 6,3% da capacidade, que é de 34 bilhões de metros cúbicos.

Fonte: Revista Época

terça-feira, 7 de julho de 2009

Casamento histórico(1)

Diana Spencer e Príncipe Charles (29 de julho de 1981) - Era a materialização de um conto de fadas, com o príncipe e a plebéia se casando. Charles, de 33 anos, herdeiro do trono da Inglaterra, selava sua união com Diana, uma jovem de 20 anos, professora de enfermagem. Na igreja, 2.500 convidados assistiram à entrada triunfal da noiva na catedral de Saint Paul. Nas ruas, 500 mil súditos observavam a passagem da carruagem com os noivos. Além de luxuosa, a boda foi um grande evento televisivo: mais de 750 milhões de espectadores em mais de 58 países acompanharam o momento no qual os noivos disseram o sim. A aliança era uma safira de 18 quilates rodeada por diamantes. O vestido de tafetá marfim, desenhado por David e Elizabeth Emanuel, tinha um véu de quase oito metros de comprimento. O casamento marcou a passagem de Lady Di para o posto de uma das personagens mais reverenciadas pela população inglesa e globalmente admirada pelo público. A lua-de-mel do casal foi em Hampshire, no interior da Inglaterra, e no Mediterrâneo, a bordo do iate da família real, o Britannia.

Diana Spencer e Príncipe Charles (29 de julho de 1981) - Era a materialização de um conto de fadas, com o príncipe e a plebéia se casando. Charles, de 33 anos, herdeiro do trono da Inglaterra, selava sua união com Diana, uma jovem de 20 anos, professora de enfermagem. Na igreja, 2.500 convidados assistiram à entrada triunfal da noiva na catedral de Saint Paul. Nas ruas, 500 mil súditos observavam a passagem da carruagem com os noivos. Além de luxuosa, a boda foi um grande evento televisivo: mais de 750 milhões de espectadores em mais de 58 países acompanharam o momento no qual os noivos disseram o sim. A aliança era uma safira de 18 quilates rodeada por diamantes. O vestido de tafetá marfim, desenhado por David e Elizabeth Emanuel, tinha um véu de quase oito metros de comprimento. O casamento marcou a passagem de Lady Di para o posto de uma das personagens mais reverenciadas pela população inglesa e globalmente admirada pelo público. A lua-de-mel do casal foi em Hampshire, no interior da Inglaterra, e no Mediterrâneo, a bordo do iate da família real, o Britannia. Magníficos, requintados e luxuosos. Faltam superlativos para descrever essas cerimônias de contos de fada que marcaram época e até hoje são referência.

Fonte: Revista Caras

O bolo de noiva - origem e história


O bolo de noiva teve a sua origem numa antiga tradição romana que consistia em partir um pequeno pedaço de pão sobre a cabeça da noiva, a fim de lhe desejar fertilidade, mais pão do que bolo, geralemnte tinha forma de pássaro e o noivo comia um pedaço antes de jogar o resto na noiva.Com isto, acreditava-se, ficava simbolizado o romper do hímen e o domínio do noivo sobre a noiva. Os convidados apanhavam as migalhas e dividiam-nas entre eles porque, dizia-se que davam sorte. Com o evoluir da forma do bolo, tornou-se impossível manter esta tradição.
Na época medieval, em Inglaterra, em vez de um bolo de pão havia vários bolos (doces) mais pequenos. Eram trazidos pelos convidados e empilhados uns em cima dos outros; cabia aos noivos tentarem beijar-se por cima da pilha. Se conseguissem seria um sinal de que teriam muitos filhos. Diz-se que assim surgiu o bolo de casamento em andares, como existe atualmente.
Mais tarde, no século XVII, surgiu a tarte da noiva que se tornou bastante popular no início do século XIX. Não era obrigatória nos casamentos, mas era muito comum nas cerimónias mais modestas. Era uma tarte com recheio de pão doce, ou de carne, como uma espécie de empada gigante. Lá dentro tinha um anel de vidro. A convidada que encontrasse o anel seria a próxima a casar.
No fim do século XIX, o bolo de casamento tornou-se usual. Chamava-se bolo da noiva, para mostrar que o mais importante no casamento era a noiva. No início, os bolos só tinham um andar, e eram, normalmente, de ameixa.
Mais tarde surgiram os bolos cobertos com açúcar refinado. Nesta época, os ingredientes não se encontravam facilmente, especialmente os da cobertura. Mas, uma cobertura branca significava que era feita do melhor açúcar. Assim, as famílias eram consideradas mais influentes, quanto mais branco fosse o bolo. Na época Vitoriana, esta cor passou a ter uma conotação simbólica: a da pureza e virgindade.
No século XVII, surgiu a ideia de que as convidadas deveriam pôr uma fatia de bolo debaixo da almofada antes de se deitarem. Dizia-se que assim sonhariam com o futuro marido. Mas, um século depois, a fatia ficou reduzida a migalhas (que deveriam ser passadas pela aliança da noiva), e, novamente, colocadas debaixo da almofada. Esta tradição quebrou-se quando as regras da cerimónia impuseram que a noiva não tirasse, fosse por que motivo fosse, a aliança depois da cerimónia religiosa.
Um costume que perdura até aos nossos dias, principalmente em algumas zonas do Reino Unido e América, é o de guardar o último andar do bolo, congelando-o, para comemorar o primeiro aniversário de casamento. Esta ideia surgiu no século XIX, numa altura em que era comum os filhos aparecerem pouco depois do casamento. Assim, o terceiro andar do bolo podia servir para o batizado.Cada coisa não é?

Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/casamento/tradicao-do-casamento-2.php

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ode ao dois de Julho




Era no Dous de Julho. A pugna imensa
Travara-se nos cerros da Bahia...
O anjo da morte pálido cosia
Uma vasta mortalha em Pirajá.
"Neste lençol tão largo, tão extenso,
"Como um pedaço roto do infinito ...
O mundo perguntava erguendo um grito:
"Qual dos gigantes morto rolará?! ...

Debruçados do céu. . . a noite e os astros
Seguiam da peleja o incerto fado...
Era tocha - o fuzil avermelhado!
Era o Circo de Roma - o vasto chão!
Por palmas - o troar da artilharia!
Por feras - os canhões negros rugiam!
Por atletas - dous povos se batiam!
Enorme anfiteatro - era a amplidão!

Não! Não eram dous povos os que abalavam
Naquele instante o solo ensangüentado...
Era o porvir - em frente do passado,
A liberdade - em frente à escravidão.
Era a luta das águias - e do abutre,
A revolta do pulso - contra os ferros,
O pugilato da razão - com os erros,
O duelo da treva - e do clarão! ...

No entanto a luta recrescia indômita
As bandeiras - corno águias eriçadas -
"Se abismavam com as asas desdobradas
Na selva escura da fumaça atroz...
Tonto de espanto, cego de metralha
O arcanjo do triunfo vacilava...
E a glória desgrenhada acalentava
O cadáver sangrento dos heróis!

Mas quando a branca estrela matutina
Surgiu do espaço e as brisas forasteiras
No verde leque das gentis palmeiras
Foram cantar os hinos do arrebol,
Lá do campo deserto da batalha
Uma voz se elevou clara e divina.
Eras tu - liberdade peregrina!
Esposa do porvir - noiva do Sol!...

Eras tu que, com os dedos ensopados
No sangue dos avós mortos na guerra,
Livre sagravas a Colúmbia terra,
Sagravas livre a nova geração!
Tu que erguias, subida na pirâmide
Formada pelos mortos do Cabrito,
Um pedaço de gládio - no infinito...
Um trapo de bandeira - n'amplidão!. ..

Castro Alves

2 de Julho-Independência da Bahia


As pessoas que vivem em outra região perguntam porque a Bahia comemora sua Independência e se a Bahia não faz então parte do Brasil? é um erro pensar assim pois a história da independência da Bahia esta vinculada a independência do Brasil. Para compreender essa situação, precisamos vislubrar a História no período em que nosso país passava por uma transição, assim a independência do Brasil é no dia 07 de setembro de 1822 e nós comemoramos a independência aqui, em 02 de julho de 1823, simplemsmente porque de acordo o professor Cid Teixeira o foco político vinculado a Lisboa, era um foco político ligado à metrópole portuguesa, era um foco político que tinha muito pouco a ver com o Brasil do nordeste que era o Brasil produtor, o Brasil que interessava ao fisco, o Brasil que interessava ao negociante de açúcar, o Brasil que interessava à produção e não o Brasil que interessava à política.
Portanto meus amigos, uma coisa e da o grito do Ipiranga e outra coisa é garantir o dominio sobre o território nacional e foi isso que aconteceu na Bahia. A guerra da Bahia, onde brilhou o heroísmo popular, além de lideranças como Labatut, Lima e Silva, João das Botas, Maria Quitéria, entre tantos outros. Em carta a José Bonifácio, Labatut registra: "Nenhum filho de dono de engenho se alistou para lutar". A consciência da possibilidade de uma nação surgiu de baixo.
Foram meses de luta, batalhas em diversos pontos do Recôncavo Baiano, sendo a mais famosa a de Pirajá, onde segundo consta, o corneteiro Lopes decidiu a vitória tocando 'avançar' quando havia sido instruído para fazer o contrário. Vitória brasileira.
Em Santo Amaro e Cachoeira, as duas principais cidades do Recôncavo, aconteceram importantes episódios históricos vinculados ao processo da Independência da Bahia. Coube ao Senado da Câmara de Santo Amaro, em 14 de junho de 1822, reunir-se e decidir que o Brasil deveria ter um centro único de Poder Executivo, segundo regras de uma constituição liberal e ter direito a exército e marinha sob a autoridade do Príncipe Regente. Também a Câmara de Cachoeira, em 25 de junho 1822, proclamou o Príncipe Regente “defensor e protetor deste Reino do Brasil”. Esses atos e manifestações marcaram a adesão da Bahia ao movimento pela independência, que tomaram impulso no sul do país.
No dia 18 de fevereiro, marinheiros portugueses cercaram e tomaram o Forte de São Pedro e o quartel da Mouraria, onde se concentravam os militares brasileiros. Sendo superiores em número e armamento, eles logo dominaram a cidade e cometeram absurdos, culminando com o assassinato de Soror Joana Angélica, no Convento da Lapa, onde também feriram o Padre Daniel da Silva Lisboa, capelão do Convento.
Os baianos não aceitaram a perda da cidade. Militares brasileiros saíram do Forte de São Pedro e armaram guerrilhas nas matas, desde Brotas até a Fazenda Garcia. Militares, civis e famílias inteiras refugiaram-se no Recôncavo.
A Guerra da Independência da Bahia tornou-se uma oposição entre Salvador, com os comerciantes portugueses ligados às cortes de Lisboa, e o Recôncavo, centro de articulação das forças nacionais, com os senhores de engenho radicados na terra e lutando por ela.
No Recôncavo baiano surgiram milícias e grupos de voluntários, armados e mantidos pelos senhores de engenho. Foi nesse cenário que Maria Quitéria, uma jovem dos arredores de Feira de Santana, desobedeceu a seu pai para unir-se à luta no Batalhão dos Periquitos. Com os cabelos cortados e vestindo-se como um homem, fugiu de casa e dirigiu-se à vila de Cachoeira, onde se alistou sob o nome de Medeiros. Ao ser descoberta pelo pai, duas semanas depois, foi defendida Major José Antônio da Silva Castro, avô do poeta Castro Alves. Maria Quitéria foi incorporada a esta tropa, pois tinha facilidade no manejo das armas e reconhecida disciplina militar. A jovem participou de importantes defesas, atacou trincheiras, comandou grupos femininos e fez prisioneiros. Por seus atos de bravura em combate, o General Pedro Labatut conferiu-lhe as honras de 1º Cadete. No dia 20 de agosto foi recebida no Rio de Janeiro pelo Imperador em pessoa, que a condecorou com a Imperial Ordem do Cruzeiro, no grau de Cavaleiro.
No dia dois de julho, o Exército Libertador entrou triunfante na cidade do Salvador, sob o comando do General Lima e Silva. Maria Quitéria foi saudada e homenageada pela população em festa. O governo da Província dera-lhe o direito de portar espada e, na condição de Cadete, ela usava uniforme de cor azul, com saiote e capacete com penacho.
A libertação de Salvador do domínio de tropas portuguesas foi longa e difícil. Na realidade, as lutas contra as forças portuguesas do brigadeiro Madeira de Melo, a mais alta autoridade militar da província, começaram a crescer desde 1820. Com a independência proclamada por dom Pedro, os conflitos aumentaram.
Portugal desejava fazer de Salvador um foco de resistência à independência da Colônia. No início de 1823, tropas portuguesas chegaram a Salvador para reforçar os contingentes da Metrópole. As tropas brasileiras de Manuel Pedro, que havia sido nomeado por dom Pedro para a mesma função de Madeira de Melo, foram derrotadas. Diante da derrota, recuaram para o Recôncavo Baiano, pois os habitantes dessa região eram os maiores defensores da independência.
Nos primeiros meses de 1823, a situação de Salvador deteriorou muito. Sem alimentos, as doenças matavam cada vez mais pessoas. Diante dessa situação, o chefe português permite a saída dos moradores de Salvador e cerca de 10 mil pessoas deixam a capital da província. Em fins de maio, uma nova frota brasileira comandada pelo inglês lord Cochrane chega a Salvador. Vendo que era inútil a resistência, as tropas portuguesas se rendem.
O mês de julho começa com o embarque dos portugueses. No dia 2, o Exército brasileiro entra vitorioso em Salvador.
As guerras de independência, em especial a que se travou na Bahia, revelam um aspecto importante no processo da emancipação política do Brasil, muitas vezes pouco valorizado em nossos estudos históricos: a independência enfrentou uma questão militar. E como o Brasil não tinha uma estrutura militar adequada às necessidades de seu imenso território, precisou lançar mão de tropas mercenárias, comandadas por oficiais estrangeiros.

Fonte:
Brasil, História e Sociedade, de Francisco M. P. Teixeira. São Paulo, Ática, 2000.
As guerras da independência, de Arlenice Almeida da Silva. São Paulo, Ática, 1995.

Castro Alves


Aos quatorze dias do mês de março, no ano de 1847, nasceu Antônio de Castro Alves, na fazenda Cabaceiras, a sete léguas da vila de Curralinho, hoje cidade de Castro Alves. Era filho do Dr. Antônio José Alves e D. Clélia Brasília da Silva Castro. Passou a infância no sertão natal, e em 54 iniciou os estudos na capital baiana. Aos dezesseis anos foi mandado para o Recife. Ia completar os preparatórios para se habilitar à matrícula na Academia de Direito. A liberdade aos 16 anos é coisa perigosa. O poeta achou a cidade insípida. Como ocupava os seus dias? Disse-o em carta a um amigo da Bahia: "Minha vida passo-a aqui numa rede olhando o telhado, lendo pouco fumando muito. O meu ‘cinismo’ passa a misantropia. Acho-me bastante afetado do peito, tenho sofrido muito. Esta apatia mata-me. De vez em quando vou à Soledade." Que era a Soledade? Um bairro do Recife, onde o poeta tinha uma namorada. O resultado dessa vadiagem foi a reprovação no exame de geometria. Mas em 64 consegue o adolescente matricular-se no Curso Jurídico. Se era tido por mau estudante, já começava a ser notado como poeta. Em 62 escrevera o poema "A Destruição de Jerusalém", em 63 "Pesadelo", "Meu Segredo", já inspirado pela atriz Eugênia Câmara, "Cansaço", "Noite de Amor", "A Canção do Africano" e outros. Tudo isso era, verdade seja, poesia muito ruim ainda. O menino atirava alto. "A poesia", dizia, "é um sacerdócio — seu Deus, o belo — seu tributário, o Poeta." O Poeta derramando sempre uma lágrima sobre as dores do mundo. "É que", acrescentava, "para chorar as dores pequenas, Deus criou a afeição, para chorar a humanidade — a poesia." Mas, no dia 9 de novembro de 1864, ao toque da meia-noite, na sotéia em que morava, o poeta, que sem dúvida se balançava na rede, fumando muito, sentiu doer-lhe o peito, e um pressentimento sinistro passou-lhe na alma. Pela primeira vez ia beber inspiração nas fontes da grande poesia: essa a importância do poema "Mocidade e Morte" na obra de Castro Alves. Uma dor individual, dessas para as quais "Deus criou a afeição", despertou no poeta os acentos supremos, que ele depois saberá estender às dores da humanidade, aos sofrimentos dos negros escravos (O Navio Negreiro), ao martírio de todo um continente (Vozes d'África). Não era mais o menino que brincava de poesia, era já o poeta-condor, que iniciava os seus vôos nos céus da verdadeira poesia. Naquela mesma noite escreve o poema, tema pessoal, logo alargado na antítese mocidade-morte, a mocidade borbulhante de gênio, sedenta de justiça, de amor e de glória, dolorosamente frustrada pela morte sete anos depois.

Biografia A versão primitiva do Poema foi conservada em autógrafo, documento precioso porque revela duas coisas: o poeta não se contentava com a forma em que lhe saíam os versos no primeiro momento da inspiração; na tarefa de os corrigir e completar procedia com segura intuição e fino gosto. Cotejada a primeira versão com a que foi publicada pelo poeta em São Paulo, por volta de 68-69, verifica-se que todas as emendas foram para melhor. Baste um exemplo: o sexto verso da segunda oitava era na primeira versão "Adornada" com os prantos do arrebol, substituído na definitiva por "Que" banharam de prantos as alvoradas, verso que forma com o anterior um dístico de raro sortilégio verbal.

"vem! formosa mulher — camélia pálida,
Que banharam de pranto as alvoradas".

Quase a meio do curso, em 67, o poeta, apaixonado pela portuguesa Eugênia Câmara, parte com ela para a Bahia, onde faz representar um mau drama em prosa — "Gonzaga" ou a "Revolução de Minas". Era sua intenção concluir o bacharelato em São Paulo, aonde chegou no ano seguinte. A sua passagem pelo Rio assinalou-se pelos mesmos triunfos já alcançados em Pernambuco. Em São Paulo, nos fins de 68, feriu-se num pé com um tiro acidental por ocasião de uma caçada, do que resultou longa enfermidade, em que teve o poeta que se submeter a várias intervenções cirúrgicas e finalmente à amputação do pé. O depauperamento das forças conduziu-o à tuberculose pulmonar, a que sucumbiu em 71 no sertão de sua província natal. Antes de regressar a ela, publicara, em 70, o livro "Espumas Flutuantes", cantos por ele definidos como rebentando por vezes, ao estalar fatídico do látego da desgraça", refletindo por vezes "o prisma fantástico da ventura ou do entusiasmo".

Vulgarmente melodramático na desgraça, simples e gracioso na ventura, o que constituía o genuíno clima poético de Castro Alves era o entusiasmo da mocidade apaixonada pelas grandes causas da liberdade e da justiça — as lutas da Independência na Bahia, a insurreição dos negros de Palmares, o papel civilizador da imprensa, e acima de todas a campanha contra a escravidão. Mas este último tema não figurava nas "Espumas Flutuantes". As composições em que o tratava deveriam formar o poema "Os Escravos", o qual teria como remate "A Cachoeira de Paulo Afonso", publicada postumamente. Deixava ainda o poeta outras poesias avulsas, que era seu propósito reunir em outro livro intitulado "Hinos do Equador".

Ao livro "Os Escravos" pertenceriam "Vozes d'África" e "O Navio Negreiro", os dois poemas em que o poeta atingiu a maior altura de seu estro. O primeiro é uma soberba apóstrofe do continente escravizado, a implorar justiça de Deus. O que indignava o poeta era ver que o Novo Mundo, "talhado para as grandezas, pra crescer, criar, subir", a América, que conquistara a liberdade com formidável heroísmo, se manchava no mesmo crime da Europa.

No "O Navio Negreiro" evocava o poeta os sofrimentos dos negros na travessia da África para o Brasil. Sabe-se que os infelizes vinham amontoados no porão e só subiam ao convés uma vez ao dia para o exercício higiênico, a dança forçada sob o chicote dos capatazes.

Em Castro Alves cumpre distinguir o lírico amoroso, que se exprimia quase sempre sem ênfase e às vezes com exemplar simplicidade, como no formoso quadro do poema "Adormecida", o poeta descritivo, pintando com admirável verdade e poesia a nossa paisagem, tal em "O Crepúsculo Sertanejo", cumpre distingui-lo do épico social desmedindo-se em violentas antíteses, em retumbantes onomatopéias. A este último aspecto há que levar em conta a intenção pragmática dos seus cantos, escritos para serem declamados na praça pública, em teatros ou grandes salas —, verdadeiros discursos de poeta-tribuno. E há que reconhecer nele, mau grado os excessos e o mau-gosto ocasional, a maior força verbal e a inspiração mais generosa de toda a poesia brasileira.


Manuel Bandeira

Fonte: Jornal de Poesia