quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

'Verônica, o filme'




'Verônica, o filme' retrata as dificuldades da rotina dos professores

Verônica é uma professora com 20 anos de carreira, profundamente cansada e desestimulada a dar aulas na rede municipal do Rio. Até que um aluno de 8 anos muda completamente sua vida. Uma tarde após a aula, seus pais não aparecem para buscá-lo e Verônica decide ir até sua casa. Ao chegar na favela onde o menino mora, descobre que seus pais foram assassinados por traficantes locais e o menino também é procurado. A partir daí, a história se desenrola na missão de Verônica em esconder o menino e protegê-lo tanto dos traficantes quanto da polícia, também envolvida no caso.

O diretor Mauricio Farias afirma que o filme "partiu da vontade de falar sobre heróis anônimos da vida".

Verônica, o filme trata de um tema muitas vezes ignorado pela grande mídia: a desvalorização do magistério. Salário baixo, turmas lotadas e a grande responsabilidade de ensinar crianças de um bairro pobre e violento, eis a sina da professora em questão. Será que já não vimos esse filme? Essa é a realidade de milhares de professores no Brasil. E o próprio roteiro de "Verônica" é inspirado numa história real.

sábado, 24 de outubro de 2009

1900


TÍTULO DO FILME: 1900 (Novecento, ALE/FRA/ITA 1976)

DIREÇÃO: Bernardo Bertolucci

ELENCO: Robert De Niro, Gerard Depardieu, Burt Lancaster,Dominique Sanda, Donald Sutherland, Ainda Valli, Stefania Sandrelli.243 min, Abril Vídeo/Fox.


RESUMO

O filme faz uma retrospectiva histórica da Itália desde o início do século XX até o término da Segunda Guerra Mundial, com base na vida de Olmo, filho bastardo de camponeses, e Alfredo, herdeiro de uma rica família de latifundiários. Apesar da amizade desde a infância, a origem social fala mais alto e os coloca em pólos política e ideologicamente antagônicos.Através da vida de Olmo e Alfredo, o fime retrata o intenso cenário político que marcou a Itália e o mundo nas primeiras décadas desse século, representado pelo fortalecimento das lutas trabalhistas ligadas ao socialismo em oposição à ascensão do fascismo."Novecento" tornou-se um épico aclamado no mundo inteiro, sendo considerado pela crítica internacional como uma das principais obras do grande cineasta italiano Bernardo Bertolucci.


CONTEXTO HISTÓRIC0


A primeira metade do século XX foi avassaladora para a história da humanidade. Em menos de 50 anos o mundo viveu a Primeira Guerra Mundial, a Crise de 1929, a criação do primeiro Estado socialista, o totalitarismo nazifascista, além da Segunda Guerra Mundial que deixou um saldo de 50 milhões de mortos entre 1939 e 1945.Os primeiros anosdo século XX ainda eram marcados pelo neocolonialismo, que dividindo o mundo afro-asiático entre as nações industriais, gerou uma ferrenha disputa de mercados, acirrando as divergências nacionalistas, que culminaram na Primeira Guerra Mundial em 1914. Com o término do conflito em 1918, a Europa, principal palco da guerra, estava parcialmente destruída e as democracias liberais fragilizadas pela crise econômica generalizada. Esse cenário acabou criando condições historicamente favoráveis para a propagação de ideologias, que apesar de terem em comum o anti-liberalismo, se antagonizavam em seus objetivos finais.Por um lado, o socialismo começava emergir como força política em vários países europeus, principalmente após o êxito inicial da Revolução Russa em 1917. Na Itália, a crise da monarquia parlamentar se agravava com as lutas políticas entre católicos e socialistas que impediam a formação de um governo de coalizão. As agitações sociais eram cada vez mais constantes e a alta burguesia, temerosa de um levante comunista, não hesitou em apoiar um grupo nacionalista ainda inexpressivo, mas decidido a manter a ordem, mesmo que pela força. Nessa conjuntura surgia o Partido Fascista, fundado em março de 1919 na cidade de Milão por Benito Mussolini, um ex-combatente socialista. Dirigindo o jornal, "Popolo Dâ?? Itália", Mussolini organizou as milícias fascistas (camisas negras), na luta contra socialistas e comunistas. Diante de pressões e ameaças, a monarquia italiana resolveu ceder e os fascistas fizeram sua triunfal "Marcha sobre Roma". Assumindo o ministério, Mussolini, o "Duce" (chefe), através de ações criminosas foi aniquilando seus adversários, como aconteceu em 1924, com o assassinato do deputado socialista Matteoti. Alguns meses depois quase toda oposição estava esmagada.A proposta final de Mussolini era a formação da "Grande Itália", através de uma política militarista e expansionista, que faria ressuscitara geopolítica do antigo Império Romano. Com uma organização política monopartidária e alimentando um nacionalismo histérico na defesa de um Estado corporativo e intervencionista, o fascismo definia-se como um regime totalitário de extrema direita refletindo uma reação extremada da burguesia mais reacionária, frente a crise das democracias liberais e principalmente ao avanço das organizações partidárias de esquerda.Esse mesmo cenário de apreensões e incertezas, agravado pelo "crack" na bolsa de N. Y. favoreceu o fortalecimento do fascismo em outras nações. Na Alemanha, com base nos mesmos princípios do fascismo italiano, acrescidos do anti-semitismo, o nazismo recuperava a economia e o orgulho nacional da nação germânica, humilhada pelas imposições, notadamente francesas, estabelecidas pelo Tratado de Versalhes após o término da Primeira Guerra. Com investimentos maciços na indústria bélica, Hitler alimentou o militarismo expansionista para formação do III Reich e no dia 1 de setembro de 1939, invadiu a Polônia, iniciando a Segunda Guerra Mundial. A vitória dos aliados (EUA, França, Inglaterra e URSS) contra o eixo (Itália, Alemanha e Japão), deu-se somente em agosto de 1945, após o ataque atômico dos EUA sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.Com a derrocada do nazifascismo, o cenário internacional do "pós-guerra" favoreceu tanto os governos liberais de caráter capitalista, como as repúblicas populares socialistas. As lutas de libertação nacional e a corrida armamentista nuclear entre os blocos capitalista (EUA) e socialista (URSS), estendeu-se até os anos 80, caracterizando o contexto da "guerra fria".
Fonte:Historianet

sábado, 1 de agosto de 2009

Katyn


Recomendo mais um filme de guerra, Katyn, o massacre que matou mais de 15 mil soldados numa invasão nazista. A história relamente aconteceu na Polônia em 1939, e algumas fontes registram a morte de mais de 25 mil prisioneiros de guerra poloneses e não 15 mil narrados no filme, eles foram mortos pela polícia secreta soviética na floresta da cidade de Katyn, quando os corpos foram encontrados os soviéticos acusaram os alemães por mais um crime.

Sinopse: Em 1939, após a invasão da Polônia pelos nazistas, tropas russas ocupam o leste do país. Milhares de oficiais poloneses são mantidos sob custódia e enviados a campos de concentração. Entre eles está Andrzej, que se recusa a fugir com sua esposa Anna, para honrar seu compromisso com o exército. Assim como inúmeras outras mulheres, Anna aguarda ansiosamente o retorno do marido e recebe com total descrença as evidências de que ele tenha sido assassinado. Até que, em 1943, são descobertas grandes covas coletivas na floresta de Katyn.

domingo, 19 de julho de 2009

O GUERREIRO GÊNGIS KHAN

Inspirado em pesquisas recentes, como a do historiador russo Lev Gumilev, Bodrov realizou O guerreiro Gêngis Khan, rodado no norte da China, na Mongólia e no Cazaquistão. O filme acompanha a trajetória de um povo nômade que conquistou um grande império.
Após a traição e morte de seu pai, o jovem Temudgin passa a ser tratado como um escravo pelos clãs de sua região na Mongólia. Auxiliado por sua noiva, com quem fez um pacto ainda na infância, Temudgin cresce com sede de poder. Em uma impressionante jornada, se torna um dos maiores conquistadores que o mundo já conheceu.
Entre batalhas épicas e as paisagens nevadas, Mongol ( Gênghis Khan ) reconstitui a história da formação desse império, que chegou a ocupar uma área que ia da Ásia à Polônia, passando pela Geórgia, pelo atual Iraque e pela Síria. Tudo isso entre o fim do século XII e o início do XIII.

O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, quem quiser ter a ideia de como será o filme basta ver o vídeo abaixo, além disso o valor histórico do filme é incontestável.

O GUERREIRO GÊNGIS KHAN: (Alemanha, Cazaquistão, Rússia, Mongólia, 2007, 120 min). Direção: Sergei Bodrov. Distribuição: Europa Filmes.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Platoon - mais um filme


Mais um filme histórico que recomendo para os aficcionados em história da guerra, Platoon é o retrato dos horres da Guerra do Viatnã, a humanidade não pode esquecer do drama que aquele povo viveu. Platoon (br: Platoon / pt: Platoon - Os bravos do pelotão) é um filme estadunidense de 1986, do gênero drama de guerra, escrito e dirigido por Oliver Stone.
O filme mostra a trajetória do jovem Chris, que troca a matrícula na universidade para servir como recruta no Vietnã, experimentando toda violência e loucura de uma carnificina sem sentido.
Na guerra o jovem trava contato com os sargentos Barnes e Elias. O primeiro, um assassino brutal e psicopata e o segundo, um pacifista inteligente e sensível. Apesar do maniqueísmo, o filme possui cenas antológicas, como a chegada ao Vietnã, a chacina de uma vila vietnamita e o primeiro contato do pelotão ("platoon") com o inimigo. Este é o resumo do filme, mas vale salientar que em torno da história de ficção está a história verdadeira, por issso vamos fazer um apanhado do contexto histórico.
Em 1946, a tentativa francesa de restabelecer o colonialismo no sudeste asiático, provocou a Guerra da Indochina, em que o imperialismo francês enfrentou grupos de guerrilhas no Vietnã e no Laos, culminando com a derrota francesa na Batalha de Dien Bien-phu em 1954. Nesse mesmo ano, a Conferência de Genebra, convocada para negociar a paz na Indochina, reconheceu a independência do Camboja, Laos e Vietnã. Na conjuntura internacional marcada pela "guerra fria", o Vietnã dividiu-se em duas porções a partir do paralelo 17: o norte, socialista representado pela República Democrática Popular do Vietnã, liderada por Ho Chi Minh, com capital em Hanói e o sul, capitalista formado pela República Democrática do Vietnã, comandada por Ngo Dinh-diem, com capital em Saigon. Segundo a Conferência de Genebra, a divisão era temporária e a reunificação do país deveria acontecer em 1956, com a convocação de eleições populares.
O cancelamento das eleições pelo governo do Vietnã do Sul, desencadeou a Guerra do Vietnã em 1960, ano em que também foi fundada a Frente de Libertação do Vietnã do Sul, da qual germinou o "vietcong", guerrilha comunista apoiada pelo Vietnã do Norte. O regime pro-ocidental do sul, pressionado pelos vietcong, passou a contar com a colaboração de consultores norte-americanos enviados pelo presidente John Kennedy.
Em 1964, alegando que navios americanos tinham sido atacados por lanchas do Vietnã do Norte, o presidente Lyndon Johnson, autorizou a intervenção militar ao país asiático, que no auge da guerra chegou a ter 550 mil soldados combatendo no Vietnã do Sul. Uma nova escalada de guerra iniciou-se em 1965, quando o governo dos Estados Unidos iniciou um bombardeio sistemático sobre o Vietnã do Norte.
Em janeiro de 1968, o Vietnã do Norte e os vietcong, desencadearam a "ofensiva do Tet" (o ano-novo vietnamita) e o presidente Johnson determinou a paralisação dos bombardeios. Importantes cidades do sul foram ocupadas pelos nortistas, que chegaram à periferia da capital Saigon. Vindos de uma guerra de libertação contra a França, os norte-vietnamitas usaram melhor as estratégias de guerrilha aproveitando-se das vantagens geográficas (selva fechada e calor de 40 graus) para derrotar os norte americanos. Esses por sua vez, não mediram esforços e investindo mais de 250 bilhões de dólares, além de terem utilizado material bélico condenado pelas Nações Unidas, como bombas químicas de alto poder destrutivo, destacando-se as desfolhantes como a de "napalm".
Em campanha eleitoral, o candidato republicano Richard Nixon, prometia "trazer os rapazes de volta", mas eleito presidente, realizou a vietnamização do conflito, que entre 1969 e 1973, combinava a retirada gradual com pesados bombardeios sobre o norte e com intervenções militares no Laos e Camboja (Segunda Guerra da Indochina), visando eliminar as "trilhas Ho Chi Minh", usadas pelos vietcong.
Em 1973, os Acordos de Paris estabeleceram o fim do envolvimento norte-americano na Indochina, oficializando o término da Guerra do Vietnã, com a derrota dos Estados Unidos. No ano seguinte o Khmer Vermelho (comunista), assumia o poder no Camboja através da conquista de Phnom Penh, capital do país.
A luta entre as forças sul-vietnamitas e vietcong continuaram até o dia 30 de abril de 1975 quando os Estados Unidos retiraram seus últimos representantes de Saigon, que cairia sob domínio das tropas vietcong. A Guerra do Vietnã chegava ao fim com a conquista de Saigon pelos vietcong e a reunificação do país sob regime comunista, com a denominação de República Socialista do Vietnã.

Fonte: Revista de História

sexta-feira, 26 de junho de 2009

14 Bis - O filme


Não é que achei também a referência de um filme sensacional e histórico que retrata a história do início da aviação. Em 23 de outubro de 1906 o mundo se rende a um brasileiro. Diante de grande público, Santos Dumont, a bordo do 14 Bis, realiza o primeiro vôo de avião da história, levando ao delírio a multidão presente no Campo de Bagatelle, em Paris. Anos depois, Alberto se depara com o uso que a humanidade fez de seu invento: um instrumento bélico durante a Primeira Grande Guerra.

Elenco
* Daniel de Oliveira - Alberto Santos Dumont
* Rosanne Mulholland - Lantelme
* Nicola Siri
* Daniel Granieri

Mayana Feuchard
Rico Mansur
Luciano Gatti
Eucir de Souza
Roberto Hatner
Luciano Bortoluzzi
Lui Strauss
Sérgio Rufino
André SantAnna

Para quem gosta de História é muito bom conferir e comparar com as pesquisas sobre vida, morte e trajetória do inventor.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O garoto do pijama listrado


Não é a função deste blog fazer propaganda de filmes, mas gostaria de indicar mais um, baseado na História da Humanidade, este filme trabalhando a partir do romance de John Boyne,mostra o Holocausto, na visão de uma criança.
Drama passado na Segunda Guerra Mundial, que mostra a amizade entre um garoto alemão, filho do comandante em um campo de concentração, e um garoto judeu, prisioneiro do campo. Claro que esta amizade proibida trará conseqüências para o garoto e seu pai.
O filme se passa em 1940 e tem início quando o garoto Bruno recebe a notícia de que terá que deixar sua confortável casa em Berlim e se mudar com a família para um lugar isolado, no campo. O motivo é a promoção de seu pai, um oficial nazista, que para ele é apenas um soldado.
Lá, ele conhece Shmuel, que também tem oito anos, mas vive do outro lado da cerca. As visitas ficam cada vez mais freqüentes e, curioso, ele passa a perguntar a seus pais e à sua irmã o que é esse lugar e quem são aquelas pessoas, mas as respostas, ora evasivas, ora negativas, não têm nada a ver com o que seu coração lhe diz.
Espero que gostem da indicação e aproveitem e observe o figurino que é uma verdadeira aula de história.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Eichmann


Adolf Otto Eichmann (nascido como Karl Adolf Eichmann) (19 de Março de 1906, Solingen - 1 de Junho de 1962, Ramla, perto de Tel Aviv, Israel) foi um membro político graduado da Alemanha Nazi e tenente-coronel da SS. Ele foi largamente responsável pela logística do extermínio de milhões de pessoas durante o Holocausto, em particular Judeus, o que foi chamado de "solução final" (Endlösung). Ele organizou a identificação e o transporte de pessoas para os diferentes campos de concentração, sendo por isso conhecido freqüentemente como o 'Executor Chefe' do Terceiro Reich.

Um filme baseado nas confissões finais feitas por Adolf Eichmann, antes de sua execução em Israel. Capturado pelo serviço secreto da Argentina quinze anos após o final da Segunda Guerra Mundial, Eichmann, era o homem mais procurado do mundo. Em suas confissões Eichmann relata que foi o arquiteto do plano chamado de Solução Final de Hitler.
Enquanto todos aguardavam pela condenação do executor chefe nazista, o capitão israelense Avner Less, cujo próprio pai falecera em um campo de concentração é o responsável pela dura tarefa de arrancar toda a verdade de Eichmann. O resultado desta batalha mental entre dois homens e o passado foi à transformação de toda uma nação.

Elenco:
Thomas Kretschmann... Adolf Eichmann
Troy Garity... Avner Less
Franka Potente... Vera Less
Stephen Fry... Minister Tormer
László Barnák... Night Young Guard
Dénes Bernáth... Benjamin
Anna Cachia... Protester
Brenda Camilleri... Protester
Máté Endrédi... Young Guard
Béla Fesztbaum... Dr. Kastner
Péter Geltz... Old Guard
István Göz... German Interpreter
Stephen Greif... Hans Lipman
Andrew Hefler... Young doctor
Shy Heller... Night Old Guard
Bernadett Kis... Sarah
Péter Laczó... Dieter Eichmann
Gábor Matejka... Mafia Driver
János Mercs... French Speaking Officer
Gyula Mesterházy... Nazi Official
Samuel Montague... Delivery Boy
Attila Müller... Chauffeaur
Viktor Noé... SS Officer
Tilly O'Neil... Child Hanna Less - Anvers daughter
Richard Rifkin... Elderly Man
Abdul Sattar Rehani... Husseini
Kerstin Sekimoto... Eichmann's secretary
Oliver Simor... Telephone Operator
Tereza Srbova... Baroness Ingrid von Ihama
Ádám Vadas... Horst
Judit Viktor... Ann Marie
Krisztián Vörös... Klaus Eichmann
Delaine Yates... Miriam Frolich
Scott Alexander Young... Dr. Robert Servatius

Dados do Titulo:
Título Original: Eichmann
Título Traduzido: A Solução Final
Gênero: Drama | Historia | Guerra
Duração: 96 Minutos
Ano de Lançamento: 2008
Direção:Robert Young

domingo, 12 de abril de 2009

Jango: as múltiplas faces

Rodrigo Patto Sá Motta

João Goulart, ou Jango, é um dos personagens mais controvertidos da história brasileira e, por que não dizer, dos mais trágicos também.

Presidiu um governo que mobilizou as esperanças de milhares de pessoas com a promessa de reformar o Brasil e atenuar suas mazelas sociais, mas provocando medo e insegurança em outras parcelas da sociedade, os mesmos grupos que o derrubaram do poder no fatídico 31 de março de 1964.

Dono de imagem polêmica, a suscitar tanto admiração quanto desprezo, a importância de Goulart no contexto que levaria ao golpe é inquestionável, pois suas ações e projetos, mas, sobretudo, a maneira como foram interpretados, desempenharam papel-chave no processo.

Motivados pela percepção de que a memória sobre Jango está agrilhoada aos eventos de 1964, os autores de Jango: as múltiplas faces propõem-se a lançar luz sobre outros pontos da trajetória política do ex-presidente, de modo a permitir uma visão mais ampla. Move os autores, também, o desejo de ir além das apreciações críticas sobre o político gaúcho – para eles, dominantes na literatura e na memória – e revelar as qualidades positivas do líder, que, aliás, explicam sua ascensão.

O livro não escamoteia as críticas dirigidas a Jango (aparecem referências à sua indecisão, inapetência administrativa e quebra do princípio da hierarquia militar), mas destaca seus traços positivos como lealdade (ao varguismo, em especial), talento para a negociação e sensibilidade social. É significativo o fato de que os registros sobre as qualidades de Jango tendam a se concentrar nos primeiros capítulos, dedicados à sua carreira inicial.

Na parte final do trabalho, quando entra em pauta a crise de 1964, sobressaem as análises sobre seus erros e omissões. Ele foi, de fato, político hábil, fiel ao estilo de seu mestre, mas a profundidade da crise política não seria resolvida com o que aprendera na escola varguista, que de pouco adiantou nos momentos cruciais que antecederam o golpe.

O trabalho pretende, nas palavras dos autores, ser uma espécie de biografia aberta, composta com base na seleção de depoimentos. Entre os depoentes, há desde membros do círculo familiar e pessoal a desafetos políticos e líderes do golpe, além de entrevistas que integram o acervo do CPDOC. O resultado é uma coleção de relatos e apreciações sobre Jango, organizados pelos autores de modo a cobrir os momentos principais da sua vida política. O livro ainda traz cartas e discursos do ex-presidente, alguns registros fotográficos e a reprodução sonora de um discurso, fontes a serem interpretadas pelos próprios leitores, no mesmo espírito de biografia aberta.

Os depoimentos trazem elementos novos, ou menos conhecidos, sobretudo no que tange ao período inicial da carreira de Goulart e à fase do exílio. Merecem destaque os relatos sobre o relacionamento de Goulart com os sindicalistas, no início dos anos 1950, e sua atuação como presidente do PTB. Do período pós-1964 até sua morte, em fins de 1976, ressaltam-se as referências ao sofrimento do exílio, dele e da família, que viram as amarguras do desterro associarem-se à angústia da insegurança, pois Uruguai e Argentina, países escolhidos por Goulart, logo seriam convulsionados por episódios de violência política semelhantes aos do Brasil.

O livro traz contribuições importantes para a interpretação do personagem e para o esclarecimento de nossa história recente, e passa a integrar a escassa bibliografia dedicada a Goulart. Aguardemos novos trabalhos, que ajudem a explicar as questões ainda em aberto: qual era, afinal, o projeto político de Jango; desejaria ele uma solução autoritária, como diziam os adversários? Qual a influência efetiva exercida pela esquerda revolucionária em seu governo? Em que medida ele estava comprometido com o projeto reformista, ou seria apenas um expediente tático? Perguntas ainda sem resposta definitiva, elas encontrarão algum dia explicação satisfatória?

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Tapete vermelho



Mais um filme brasileiro que recomendo, Tapete Vermelho mostra a luta de um caipira paulista para levar o filho ao cinema. Embora a história seja cômica boa parte do tempo, "Tapete Vermelho" encontra espaço para colocar em foco problemas sérios da atualidade brasileira, como os conflitos entre os sem-terra e a polícia, os menores abandonados e a ausência de cinemas na maioria das cidades brasileiras. O filme também é uma homenagem ao saudoso Mazzaropi.