Com base em fontes paroquiais e cartorárias, o Brasil escravista do século XVIII é reconstruído em seus variados aspectos sociais, desde as formas de propriedade e transmissão de riquezas, até os modos de viver e morrer, incluindo um capítulo sobre a vida cotidiana nas casas senhoriais.
Na Introdução (págs. 21-25), Sheila de Castro Faria anuncia seu objetivo: “Tento compreender, sob a ótica da história da família, a dinâmica de áreas em implantação e expansão de atividades econômicas rurais, entendendo que esta é uma situação encontrada em praticamente todas as épocas da história do Brasil, estendendo-se até mesmo aos dias atuais” (pág. 27). Resgata, ainda, a história da área a ser estudada, Campos dos Goitacazes, que, a partir da década de 1750, passou a atrair homens das mais diversas origens e riqueza.
A Colônia em Movimento, escrito dentro dos quadros de uma historiografia renovada, convida o leitor a abandonar alguns modelos explicativos do período colonial. Já no início do século 18, a economia brasileira era dominada pelo capital mercantil residente. Desvela, também, o ideal aristocratizante presente tanto na esfera pública quanto privada, que levava comerciantes a abandonar atividades lucrativas para se tornar senhores de terras e de homens. Apresenta, ainda, a diversidade e multiplicidade de situações vividas por escravos, homens livres, senhores e pelo grosso da população.O texto claro, rigorosamente organizado e acompanhado de uma vasta documentação, constitui um modelo que pode auxiliar estudantes que estão elaborando suas teses de mestrado ou doutorado. Os especialistas saberão avaliar a refinada contribuição que o livro dá à historiografia brasileira.
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