sábado, 28 de fevereiro de 2009

Inês de Castro - A rainha morta

Morte de Inês, óleo sobre tela, Columbano Bordalo Pinheiro,1901-1904, Museu Militar de Lisboa
Morte por encomenda: abraçada à filha, a amante pede clemência a seus algozes, aliados do rei


Inês de Castro - A rainha morta Com ingredientes de novela, como romance, adultério, separação trágica e intrigas, uma história real do século XIV encanta o mundo há séculos. Lendas agregadas à narrativa contribuíram para que ficasse ainda mais irresistível O romance de Pedro, futuro rei de Portugal, com a dama de companhia Inês de Castro marcou a história e a cultura portuguesas. Foi um amor proibido, vivido em atmosfera carregada de disputas de poder. A maior parte da narrativa se baseia em registros históricos. Só alguns detalhes pertencem ao campo da lenda, fruto da imaginação popular e do talento de artistas.

Tudo começou em 1320, com o nascimento do infante Pedro. Ele vivia no vale do rio Mondego, em Coimbra, então capital do reino. Das janelas do castelo real, avistava o mosteiro de Santa Clara, do outro lado do rio. Lá estava enterrada sua avó, Isabel de Aragão, então venerada como uma santa, um reflexo do grande fervor místico da Idade Média.

Outro dado do ambiente medieval europeu eram as constantes guerras causadas por disputas entre reinos. No caso, envolvendo tronos da Península Ibérica. Os arranjos políticos, por meio de casamentos entre nobres, eram parte essencial do jogo de poder da época.

Voltando a Pedro, não lhe cabia decidir o próprio futuro político e amoroso em tal conjuntura de manobras e alianças calculadas. Desde jovem, ele estava prometido a Constança Manuel, filha de um descendente de monarcas dos reinos de Aragão, Castela e Leão.

Pedro não queria, mas se submeteu ao casamento. Constança lhe deu um herdeiro e outros dois filhos. Quanto ao amor, o príncipe foi buscá-lo em outra mulher, logo a dama de companhia de sua esposa. O nome dela era Inês de Castro, jovem de grande beleza, descrita como loura e elegante. Por esses atributos, era chamada de “colo de garça”.

A paixão do príncipe foi correspondida. Mas o nada discreto caso de amor incomodou a Corte. “O escândalo tomou tais proporções que a esposa, d. Constança, decidiu chamar Inês para ser a madrinha da criança que estava esperando, já que esse tipo de parentesco espiritual tornava impossível a união que se esboçava, mais intensa a cada dia”, escreveu a historiadora portuguesa Maria Zulmira Furtado Marques, em A tragédia de Pedro e Inês.

Como os amantes seguiam com o romance adúltero, o pai do infante, o rei Afonso IV, ordenou o afastamento de Inês. Ela deixou o país e se exilou em Albuquerque, em Castela. Mesmo separados, Pedro e Inês continuaram a trocar cartas inflamadas.

Em 1345, Constança morreu num parto, e o príncipe se viu liberto das amarras do casamento de conveniência aos 24 anos de idade. Logo trouxe de volta sua amante para Coimbra, instalando-a em um palácio perto do mosteiro de Santa Clara, que podia ser avistado de seu quarto.

Em 1347, Inês deu à luz ao primeiro de quatro filhos com o infante. Mas o povo comentava e condenava o adultério, enquanto a peste negra, considerada sinal da cólera de Deus, chegava à região. Indiferentes a tudo, Pedro e Inês viviam seu grande amor.
Consta que ele a visitava a alguns passos de seu palácio, na Fonte dos Amores. O local ficava ao abrigo do sol e possuía uma parede coberta de hera, aberta em dois arcos, propícia para o romance e a troca de confidências. A famosa fonte continua hoje a jorrar na quinta das Lágrimas, onde funciona um hotel. Assim, historiadores e turistas podem conhecer o local do mítico romance (ver mais em História Viva nº 54).

O relacionamento amoroso aproximou Pedro de dois irmãos de Inês, Álvaro e Fernando de Castro. Eles viram na situação a oportunidade de obter o apoio de Portugal na luta que travavam contra o rei de Castela. Por isso, ofereceram ao infante o trono do reino vizinho.

A situação irritou d. Afonso IV. A ligação de Pedro com os Castro trazia o risco de aborrecer Castela, o que ameaçava a independência de Portugal. O rei também temia que os Castro agissem contra o herdeiro legítimo do trono, seu neto d. Fernando, filho de Pedro e Constança, para levar ao poder um dos bastardos.

Dom Afonso foi convencido por três de seus conselheiros – Pedro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco – de que somente a morte de Inês poderia afastar tantos riscos políticos. Em 7 de janeiro de 1355, os três asseclas do rei partiram para Coimbra e encontraram Inês sozinha, pois Pedro havia saído para caçar. Eles a degolaram impiedosamente, e seu corpo foi enterrado às pressas na igreja de Santa Clara.
VINGANÇA De volta, Pedro ficou louco de dor e, movido pela raiva, levantou um exército contra seu pai. O rei revidou. O confronto só terminou com a intervenção da rainha-mãe, dona Beatriz, que propôs e conseguiu que ambos aderissem a um tratado de paz em agosto de 1355. Mesmo assim, o príncipe parecia inconsolável.

Dois anos mais tarde, em 1357, d. Afonso IV morreu. Pedro subiu ao trono de Portugal e seu primeiro ato foi mandar procurar os assassinos de Inês de Castro, refugiados em Castela. Conseguiu que aquele reino lhe entregasse dois culpados, Pedro Coelho e Álvaro Gonçalves. Diogo Lopes Pacheco conseguiu fugir. O novo rei escolheu uma morte particularmente cruel para os homens que destruíram seu objeto de amor. Mandou que lhes arrancassem o coração: de um, pelo peito, e do outro, pelas costas.

A paixão de Pedro e a reparação do mal feito à amante tornaram-se obsessões do agora soberano. Em 1360, ele jurou que havia se casado em segredo com Inês de Castro, o que fazia dela rainha, merecedora de todas as honras. Em abril de 1360, o corpo de Inês foi transferido solenemente do convento de Coimbra para o mosteiro Real de Alcobaça, onde eram enterrados os monarcas portugueses.

Eis um depoimento da época: “Dom Pedro mandou que fizessem para ela um mausoléu de pedra branca, inteira e sutilmente trabalhado, representando, sobre a tampa, sua cabeça coroada como se ela houvesse sido rainha; e foi esse mausoléu que ele mandou colocar em Alcobaça [...]. O corpo viajou em um ótimo cortejo para a época, desses em que há grandes cavalos montados por grandes cavaleiros, damas e donzelas e muita gente do clero; e ao longo do caminho havia mais de mil homens com círios nas mãos, dispostos de maneira que seu corpo seguiu durante todo o caminho entre as velas acesas”.
Reza a lenda que Pedro também mandou colocar o corpo de Inês no trono, pôs uma coroa em sua cabeça e obrigou os nobres presentes a beijar a mão do cadáver. Está nessa narrativa a origem da expressão “Agora, Inês é morta”, que quer dizer algo como “tarde demais”.

http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/ines_de_castro_-_a_rainha_morta.html

VIII EIEM

VIII EIEM - Encontro internacional de estudos medievais
As múltiplas expressões da Idade Média: Filosofia, Artes, Letras, História e Direito
Informações: http://www.cchn.ufes.br/depfil/viiieiem/

Universidade Federal do Espírito Santo
Vitória/ES

II Colóquio Internacional de Retórica

II Colóquio Internacional de Retórica: la argumentación en la retórica: escuelas y perspectivas
Informações:
www.uacm.edu.mx/semiotica/antecedentes.htm

Universidad Autónoma de la Ciudad de Mexico

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A inquisição e o sertão


A inquisição e o sertão
de A. Otaviano Vieira Jr.
Edições Demócrito Rocha

O livro revela a presença da Inquisição no Ceará, durante o século XVIII. Sem limitar suas ações às fogueiras, investiga as múltiplas estratégias de inserção do olhar, quase sempre silencioso, do Santo Ofício no sertão, “onde homens e mulheres foram acusados de delitos contra a fé católica e também participaram como testemunhas de acusação”. Trabalho elaborado com base em pesquisas feitas no arquivo português da Torre do Tombo, durante seu pós-doutoramento, em A Inquisição e o Sertão, Otaviano narra histórias de vidas de moradores do Ceará, que se entranharam na estrutura inquisitorial do Tribunal do Santo Ofício, emergindo como espiões ou acusados.

História visual


Evento em Londrina reunirá pesquisadores de diversas áreas para discutir o uso de imagens na História

O II Encontro Nacional de Estudos da Imagem (II ENEIMAGEM) é um evento de caráter multidisciplinar promovido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) com o apoio da CAPES. Ocorrerá nos dias 12, 13 e 14 de maio nas dependências do Centro de Letras e Ciências Humanas da UEL. O prazo máximo para o envio de comunicações (coordenadas e individuais) é 29 de março.

Arquitetos, antropólogos e historiadores que estudam a cidade por meio de imagem estarão presentes, da mesma forma lingüistas e historiadores que usam da semiótica em suas pesquisas contribuirão para o debate. Por fim, o ensino de História, a caricatura política, metodologias de pesquisa aplicadas aos estudos da imagem entre outras temáticas estarão presentes nas mesas-redondas e nas conferências, proporcionando um amplo raio de estudos e estimulando o debate científico.

Confirmaram seus nomes como membros do conselho cientifico os seguintes doutores: Ana Mauad (UFF); Francisco Alambert (USP); Daniel Russo (Université de Borgnone); Darío Acevedo Carmona (Universidad de Nacional de Colombia); Laurent Vidal (Universidade Paris III); Rodrigo Patto Sá Mota (UFMG); Solange Lima Ferraz (Museu Paulista); José Rivair de Macedo (UFRGS); Ismênia de Lima Martins (UFF); Renata Senna Garrafoni (UFPR); Renato Luiz de Couto Neto e Lemos (UFRJ); Miriam Paula Manini (UNB); Carlos Roberto Nogueira (USP); Maria Luiza Andreza (UFPR); Adriana Zierer (UEMA); Arq. Artur Rozestraten (Centro Universitário Moura Lacerda); Thaís Nívia de Lima e Fonseca (UFMG); Ana Cristina Teodoro da Silva (UEM).

Maiores informações pelo sítio do evento: http://www.uel.br/eventos/eneimagem/

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Propaganda antiga(2)

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Propaganda antiga


Pessoal achei essa raridade perdida na net no site http://www.geocities.com/soho/nook/1404/cartoonsecharges.htm, adorei vê imagens de propagandas antigas e também charges e cartuns.

Mascarar para revelar

Abundantes no carnaval, as máscaras são peças valiosas no teatro. Há duas décadas o Grupo Moitará desenvolve ações e pesquisas pioneiras sobre estes artefatos.
Adriano Belisário

Pioneiro na pesquisa de máscaras no Brasil, desde a confecção até sua utilização, o Grupo Moitará vê no objeto muito mais do que um adereço festivo. Ele é peça-chave da pedagogia dramatúrgica do coletivo, que tem um acervo de dezenas de máscaras feitas artesanalmente. Hoje, o grupo prepara-se para ir a São Paulo apresentar o espetáculo Quiprocó, com texto escrito coletivamente e a base de improvisações com os atores.

Fundador do Moitará ao lado da atriz Érika Rettl, Venício Fonseca vai longe quando se trata de discutir a origem das máscaras. “Na era paleolítica, os homens se travestiam de animais e mimetizavam comportamentos para se aproximar das caças. A máscara acompanha a história do homem e também está presente fora do teatro. A de carnaval, por exemplo, tem a função de esconder para permitir a transgressão”, diz o diretor de Quiprocó.

Mas as influências do grupo são mais recentes. Criada no século XVI, a commedia dell'arte é uma delas. Este tipo de teatro fazia uso intensivo das máscaras nas apresentações populares que viajavam a Europa. Porém, em meados do século XVIII, a commedia dell’arte foi assimilada pelos nobres. As apresentações passaram a ocorrer nos palácios e o gênero perdeu muito da crítica social, contribuindo para seu declínio.

No período após a Segunda Guerra, o escultor Amleto Sartori iniciou uma retomada das máscaras da commedia dell’arte, ao lado de nomes como Jacques Lecoq, Jean Louis Barrault, Giorgio Strehler, Dario Fo e Brecht. A difusão é levada adiante por seu filho, Donato Sartori. “Já trabalhava com máscara, mas de forma empírica. Quando tive contato com Sartori e outros pesquisadores, começamos a trabalhar com a pesquisa também”, afirma Venicio.

Passo a passo
No Moitará, o trabalho com novos atores começa com exercícios físicos. O primeiro contato com os disfarces se dá através da chamada máscara neutra. Influência do teatro oriental, sua aparência é simétrica e não remete a nenhuma característica particular. Ao contrário, “ela não é um personagem, mas um estado. Não tem memória, nem conflitos”, explica Venicio.

A próxima é a máscara abstrata. Com formas geométricas, ela permite ao ator trabalhar o ritmo do corpo. É seguida pela máscara larvária, que já apresenta uma sugestão de um personagem, mas ainda de forma incipiente. Os traços são como esboços, que podem misturar a aparência humana com a animal. Já a máscara expressiva revela um arquétipo mais definido, com uma história particular.

Quando familiarizados com os tipos acima, os atores utilizam a meia-máscara, que cobre apenas a parte superior do rosto do ator. Nesta etapa, além das expressões corporais, trabalha-se também a voz do personagem. Há ainda os acentos, que são pequenas modificações que visam dar destaque a certa parte do corpo, como o famoso nariz de palhaço, “a menor máscara do mundo”, segundo Venicio.

“As máscaras são feitas após um longo estudo sobre o arquétipo que se deseja construir, suas características físicas e psicológicas. Por exemplo, se a máscara for usada na rua deve ter volumes maiores para ser visível mesmo longe. Ao contrário, se apresentada próximo ao público, com uma luz direcionada, podemos trabalhar com mais detalhes”, diz o diretor. No site do grupo, é possível conferir imagens e textos sobre as máscaras.

Fonte:Revista de História da Biblioteca Nacional

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O carnaval

Máscaras da liberdade: reputação a salvo na rua ou no salão/ Os palhaços apaixonados, afresco, Giovanni Domenico Tiepolo, 1793, Camera dei Pulcinella – Villa Tiepolo, Zianigo.

O carnaval nasceu na Antiguidade, resistiu à Idade Média e chegou aos tempos atuais com formas diversas, mas com o mesmo fundamento: a suspensão dos estatutos sociais. Paradoxalmente, as tentativas de controle religioso quase sempre se converteram em mais diversão. ( Véronique Dumas)

A palavra carnaval, do latim carnis levale, significa “retirar a carne”. O sumiço desse item do cardápio representa uma preparação para a quaresma, período dedicado à abstinência, ao jejum e, simbolicamente, ao resguardo do cristão em relação a prazeres mundanos. A quaresma vai da quarta-feira de Cinzas ao domingo de Páscoa, no calendário móvel dos católicos.

Tomou o mundo, entretanto, a interpretação de que os três dias que antecedem o suposto sacrifício do prazer deveriam ser um elogio ao excesso, e não uma preparação ritual do jejum. E isso está ligado às longínquas origens pagãs da folia.

Desde a Antigüidade, festas populares em várias culturas propunham algo muito parecido com o que se vê hoje no Brasil e no mundo: a suspensão momentânea do estatuto social, a inversão de papéis, de sexos e de valores, tudo com data marcada para terminar.

Só muito mais tarde essa catarse popular foi assimilada pelo calendário cristão, operação que resultou mais em fracassos do que em vitórias. No balanço geral, a derrota da religião diante do carnaval é retumbante. O cristianismo, por exemplo, jamais conseguiu esterilizar totalmente os loucos dias anteriores à quaresma, nem mesmo na Idade Média.

Para saber mais: História Viva

Frase Famosa

D. Pedro II e família em Petrópolis, em foto de Otto Hees, a última antes do fim do Império.
Da esquerda para a direita: a imperatriz, D. Antonio, a princesa Isabel, o imperador, D. Pedro Augusto (filho da irmã da princesa Isabel, d. Leopoldina, duquesa de Saxe), D. Luís, o conde D'Eu e D. Pedro de Alcântara (príncipe do Grão-Pará)

"A tribuna e a imprensa são os melhores informantes do monarca."
D. Pedro II, que não sentia azia ao ler jornais e revistas

Quaresma em Crise

- Chi! Está pela hora da morte e é só espinha!...


Charge de 1917 publicada em O Piralho, autoria de Vitolino.
Na charge o jejum da quaresma é forçado pela crise econômica de 1917. Dada a atualidade do tema, a charge poderia estar em qualquer jornal de 2009.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Homenagem à Carmem Miranda



Se fosse viva faria 100 anos, mas não vou coomentar sobre a vida de Carmem Miranda, porque isto eu fiz em um post no ano passado, quero deixar aqui registrada a minha homenagem pela contribuição em divulgar nossa cultura, mesmo sem ser brasileira de nascimento, mas uma grande brasileira pelo laços do coração. Valeu Carmem Miranda, aqui fica meu muito obrigada, a História nacional te agradece, você fez a diferença.

Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937


Geógrafo e historiador, Teodoro Sampaio também é considerado um dos maiores engenheiros do século XIX. Filho da escrava Domingas da Paixão do Carmo, conseguiu estudar em bons colégios no Rio de Janeiro e São Paulo, sobretudo pela influência do pai, o sacerdote Manuel Fernandes Sampaio, que, além de comprar a alforria de Domingas, cuidou para que o filho tivesse uma boa educação.

Ingressou em 1871 na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde se formaria engenheiro civil. Durante os estudos universitários, foi convidado a trabalhar como desenhista no Museu Nacional. Formou-se em 1877 e dois anos depois já integrava a “Comissão Hidráulica”, criada por D. Pedro II para realizar estudos sobre os portos e a navegação no interior do país. Convidado para ser o engenheiro chefe da Comissão de Desobstrução do Rio São Francisco, deixa o cargo para trabalhar com o geólogo Orville Derby, nos trabalhos de levantamento geológico do Estado de São Paulo (1886). Entre 1892 e 1903 exerceu as funções de diretor e engenheiro-chefe do Saneamento do Estado de São Paulo e inspetor da empresa canadense The São Paulo Tramway Light and Power Company.

Como respeitado intelectual foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo em 1894; membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, que presidiu em 1922 e sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1902). Além dos trabalhos de cunho técnico, foi autor de trabalhos de geografia, escritos econômicos, sociológicos e, principalmente, históricos.

Entre seus livros e artigos estão: O rio São Francisco e a chapada Diamantina (1906), O tupi na geografia nacional (1901), Atlas dos Estados Unidos do Brasil (1908), Dicionário histórico, geográfico e etnográfico do Brasil (1922), História da Fundação da Cidade do Salvador, Os kraôs do Rio Preto no Estado da Bahia, com um vocabulário e uma carta etnográfica, e Contribuição para a história da catequese e civilização dos índios do Brasil.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

‘Um século de animação’



Hoje, dia 08/02, acontece a mostra de animação: "Um séuclo de animação" que acontecerá em São Paulo na Academia de Animação e Artes Digitais (Rua Machado Bitencourt, 196), a partir das 14h. O interessante neste evento é que as pessoas que gostamd e animação e também historiadores(pesquisadores de imagens) vão conhecer parte da história dos desenhos animados do ocident. a exposição traz imagens originais de diferentes produções, desde os anos 1930 até a década de 1990, selecionadas pelo fundador da Academia, Marcelo de Moura.
A exposição conta com mais de 20 peças, partindo de um original do desenho “Branca de neve”, passando por “Tom & Jerry”, “Em busca do Vale Encantado”, “Zé Carioca” e “Robin Hood” e chegando à década de 1990 com um boneco articulado para animação em stop-motion do filme “O estranho mundo de Jack”.

Mas esse tipo de raridades têm seus dias contados. Colecionador de materiais originais de animação há 14 anos, Marcelo admite que o mundo dos acetatos e desenhos originais deve logo ser totalmente suplantado pelos computadores: “Mesmo que storyboards e o design dos personagens sejam desenhados à mão, a maior parte dos processos é feito digitalmente hoje em dia”. E antes que esta arte desapareça, vale a pena conferir de perto.
mais informaçao pelo telefone: 11 – 5908-0419 ou no portal da Globo.com

Charges históricas

Eu adoro Charges, e sempre estou pesquisando as históricas, principalmente aquelas que retratam os fatos , sem nem terem a ideia que elas ficarão para sempre, imortalizadas através de um desenho que satirizou o momento, tipo: 11 de Setembro, a morte de algum papa entre outras. Fidel Castro anunciando que entregaria oficialmente o poder para outra pessoa passou batido por muitos chargistas e outros aproveitaram o momento a exemplo de Ademir Paixão (Gazeta do Povo) e o Angeli (Folha de S.Paulo), perceberam que o momento era digno de charge, e fizeram essas duas charges exatamente no mesmo dia , 19/12/07. Se não me engano, foram as únicas charges para este evento, mas se alguém souber de outras por favor me avisem que postarei aqui com muito prazer.
bjos

01


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02


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Charge pré-histórica



AMORIM
Rio de Janeiro

Fonte: http://blog0news.blogspot.com/2007/11/charge-pr-histrica.html

Charge de Fernando

Charge de Fernando

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Rotas atlânticas da diáspora africana: da Baía de Benin ao Rio de Janeiro

Rita, escrava mina, comprou sua alforria com os lucros do seu ofício de quitandeira. João Mina alcançou a liberdade graças à esperteza de uma preta que o ajudou a fugir, enquanto Maria mina a conseguiu com a ajuda de sua comadre. O que eles têm em comum? Vindos da Costa da Mina, litoral ocidental africano, estes escravos conseguiram se libertar do cativeiro e tornarem-se visíveis aos olhos da sociedade. Organizado pela historiadora Mariza Soares, Rotas atlânticas da diáspora africana reúne artigos que analisam a presença da chamada nação mina no cenário urbano do Rio de Janeiro. Preocupados em costurar as pistas de como viviam esses escravos, os autores mostram que estão bem afinados com a mais nova tendência nos estudos da escravidão: sobre a dispersão pela América de milhares de pessoas vindas de diversas regiões da África. Impossível não se deixar seduzir pelas histórias das irmandades religiosas e pelo tempero e o prestígio das negras minas quitandeiras.

(Amanda Alvarenga)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Múmias Incas

Meus amigos, estava navegando pela Internet e me deparei com este artigo, achei tão interessante que não poderia deixar de compartilhar com todos vocês que me visitam, espero que gostem.
Beijos

Moradores de uma aldeia na periferia de Lima e cientistas descobrem um cemitério com séculos de idade - e tratam de salvá-lo, antes que as múmias sejam destruídas.

Mumias Incas

Na favela chamada Tupac Amaru, que se espalha por uma vasta área na periferia de Lima, as crianças brincam na poeira milenar. Debaixo de seus pés, conservado pelo solo seco, está um dos maiores cemitérios Incas já encontrados no Peru. Este sítio pré-hispânico, chamado Puruchuco-Huaquerones, data de uma época marcada pela colonização espanhola e conhecida como Horizonte Tardio (1438-1532).

Mumias Incas

Só no pátio da escola, uma das 15 áreas examinadas em três anos, salvamos mais de 120 fardos de múmia (um fardo contém ou mais corpos envoltos em camadas de tecido e algodão, juntamente com seus objetos pessoais), típicos dos enterros incaicos e pré-incaicos.

A história da favela de Tupac Amaru é comum no Peru. Em 1989 cerca de 340 famílias, fugindo da guerrilha nas montanhas, se assentaram nesta área. Ludibriados por vigaristas, , acreditavam que em breve receberiam os títulos de suas propriedades.

Mumias Incas

Enquanto isso, 2 metros abaixo do solo, sem defesa contra o repentino fluxo de água e esgoto vindo da nova favela, as múmias começaram a se decompor. Alguns moradores da favela desenterraram as múmias e as queimaram, tentando evitar uma escavação arqueológica que poderia atrasar a urbanização do novo assentamento já em curso.

Embora o local tenha sofrido muitos danos nos anos seguintes, o Instituto Nacional de Cultura (INC) do Peru por fim solicitou uma avaliação arqueológica na área. Cheguei de Lima em 1999, trazendo minhas ferramentas e minha equipe. Para evitar que o governo os transferisse para outras áreas, os moradores locais (na época m,ais de 1240 famílias) resolveram suspender a terraplanagem e até coletar o dinheiro para ajudar a financiar nosso trabalho. Com isso, esperavam que o governo lhe reconhecesse os títulos de propriedades de terra.

Em três estações de escavação conseguimos retirar, examinar e fotografar mais de 2,2 mil indivíduos de todas as idades e classes sociais, enterrados ao longo de um período de 75 anos. Puruchuco, com seus 8 hectares, é o segundo maior cemitério já escavado no Peru (o maior é Ancón). Esses tesouros culturais serão futuramente exibidos em um museu local.

Enquanto mergulhamos no passado, e vida em Tupac Amaru prossegue com sua animação habitual. As crianças brincam no solo sagrado, correndo entre muretas das nossas escavações e espiando o túmulo de algum antigo morto que “engoliu” sua bola de futebol. Alguns acreditam que o espírito dos mortos causou uma onda de doenças por aqui, inclusive a minha tosse renitente. Mesmo assim, muitos dizem que se sentem emocionados ao ver com os próprios olhos os que caminharam sobre suas terras em épocas passadas.

Mumias Incas

Segredos sob o pátio escolar

Mumias Incas

Um morador prepara um grande fardo com uma múmia, nunca antes perturbada, para ser retirado da escavação arqueológica no pátio escolar. Foram necessários 4 homens para levantar o fardo túmulo. O pes total é de 175 quilos. Em aspanhol chamamos esses fardos de falsas, por terem em cima uma imitação de cabeça (de tecido com enchimento em algodão). Um adorno com penas, sinal de elevado status do morto, continua preso à cabeça de uma múmia encontrada na proximidades. Uma estrela de cobre, desenterrada ao sul da escola, adornava o escudo de um guerreiro, feito de bambu e junco. Quem mais ajudou a preservar esses tesouros foram as pessoas que os enterraram, lacrando os túmulos com areia, cascalho e cacos de cerâmica.

Mumias Incas

Como desembrulhar uma múmia
Uma múmia especial, embrulhada em 135 quilos de algodão cru, ganhou o apelido de “Rei do Algodão”. Em geral os Incas envolviam seus nobres em tiras de tecido. Semanas depois de descobri-la, alguns membros da equipe continuavam a examinar o enchimento, à procura de algum objeto quer pudesse estar ali emaranhado. No mesmo fardo havia um bebê, provavelmente um parente do adulto. Ao retirarmos a criança, sobrou um buraco no enchimento. Pelo volume do invólucro e pela variedade de objetos encontrados na múmia, podemos deduzir que o adulto e o bebê pertenciam à elite.

Mumias Incas

Os Incas acreditavam que as almas mantinham contato com os vivo e, portanto, cuidavam bem dos mortos. O “Rei do Algodão” foi enterrado junto com vários objetos cotidianos (alimentos, cerâmicas, milho para fazer chicha, uma bebida fermentada). Outros objetos demonstram sua elevada posição na sociedade: as penas de aves exóticas em seu adorno de cabeça, que também servia de estilingue, e a clava, que indica ter sido ele um guerreiro poderoso. O que mais revela sua riqueza, porém, são as oferendas de cascas de ostras do tipo Spondylus, importadas do Equador. A pose do homem, assim como o enchimento de algodão, nos deixa intrigados. Em vez de estar em posição fetal, típica dos adultos, ele tinha os joelhos dobrados como se estivesse ajoelhado, e seus dedos dos pés em ponta, como um dançarino. Não sabemos o que isso significa.

Mumias Incas

O DNA extraído de seus ossos deve revelar se os mortos são pai e filho. Já chegamos a encontrar até sete corpos no mesmo invólucro. Este continha apenas dois.

A cabeça falsa caracteriza os fardos desenterrados em Puruchuco. Alguns usavam mascaras ou peruca, mas o rosto fallso era sempre deixado em branco.

Preparados para o além

As mão do “Rei do Algodão” seguram um pedaço de tecido, uma concha e uma bolota feirta de cal. Até hoje os habitantes locais mastigam pdacinhos de cal junto com coca, para extrair delas a substância estimulante. A múmia foi limpa, retratada e separada do invólucro de algodão e da maior parte dos 170 objetos que a acompanhavam. Entre eles encontramos milho amendoim, batatas, feijões e uma cabaçacheia de pó de cal; Tupus, ou alfinetes feitos de prata e de cobre; e ainda um pente de madeira e pinças de prata, já negras pela corrosão. Uma figura ainda enfeita a alça de um vaso de cerâmica.

Mumias Incas

Mumias Incas

Tecidos para a eternidade

Os tecelões peruanos eram mestres da elegância. Um elaborado adorno de cabeça tem penas de pássaros importadas e desenhos de peixes, duas abas para as orelhas e uma longa faixa que caía pelas costas, mostrando que pertencia a alguém de alta posição social.

Mumias Incas

Fonte: Historiadomundo

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Kuarup na aldeia Kalapalo

Confira curta-metragem exclusivo sobre o kuarup, cerimônia indígena de homenagem aos mortos. As imagens foram feitas na aldeia Kalapalo em 2006.



Os primeiros segundos do filme mostram as tribos chegando na aldeia-sede cantando e tocando instrumentos musicais. Trata-se de um privilégio, pois nem todas etnias são convidadas. Em fila, as mulheres com presilhas nas pernas são apresentadas aos presentes. A primeira menstruação marca o início de um período de isolamento da vida pública que termina apenas no kuarup.

Na parte da noite, chora-se compulsivamente pelos mortos durante horas. Algumas pessoas entram em transe neste processo. No segundo minuto do curta-metragem, é possível ver alguns índios fumando cigarros de tabaco e prendendo a respiração. No ritual, a substância auxilia o contato com entidades divinas.

A noite passa sem sono para os lutadores de huka-huka. O esporte indígena de combate é realizado na manhã seguinte ao kuarup. Além de dormir, seus participantes também não podem ter relações sexuais ou ficar próximos de mulheres menstruadas durante nas 24 horas antes da apresentação. Os jovens fazem escoriações com dentes de piranha no corpo e depois jogam ervas ardentes para se tornarem mais fortes. Ao meio-dia, todas as tribos vão embora.

Porém, nem todos estão satisfeitos com o kuarup. Segundo Valentina, alguns índios ficavam irritados com a presença das equipes de filmagens e atiravam areia nas câmeras. Provavelmente, uma manifestação de desagrado com a exploração comercial de um ritual que oscila entre a tradição e o espetáculo moderno.

Fonte: Revista de História