sábado, 7 de fevereiro de 2009

Rotas atlânticas da diáspora africana: da Baía de Benin ao Rio de Janeiro

Rita, escrava mina, comprou sua alforria com os lucros do seu ofício de quitandeira. João Mina alcançou a liberdade graças à esperteza de uma preta que o ajudou a fugir, enquanto Maria mina a conseguiu com a ajuda de sua comadre. O que eles têm em comum? Vindos da Costa da Mina, litoral ocidental africano, estes escravos conseguiram se libertar do cativeiro e tornarem-se visíveis aos olhos da sociedade. Organizado pela historiadora Mariza Soares, Rotas atlânticas da diáspora africana reúne artigos que analisam a presença da chamada nação mina no cenário urbano do Rio de Janeiro. Preocupados em costurar as pistas de como viviam esses escravos, os autores mostram que estão bem afinados com a mais nova tendência nos estudos da escravidão: sobre a dispersão pela América de milhares de pessoas vindas de diversas regiões da África. Impossível não se deixar seduzir pelas histórias das irmandades religiosas e pelo tempero e o prestígio das negras minas quitandeiras.

(Amanda Alvarenga)

0 Comments: