Confira curta-metragem exclusivo sobre o kuarup, cerimônia indígena de homenagem aos mortos. As imagens foram feitas na aldeia Kalapalo em 2006.
Os primeiros segundos do filme mostram as tribos chegando na aldeia-sede cantando e tocando instrumentos musicais. Trata-se de um privilégio, pois nem todas etnias são convidadas. Em fila, as mulheres com presilhas nas pernas são apresentadas aos presentes. A primeira menstruação marca o início de um período de isolamento da vida pública que termina apenas no kuarup.
Na parte da noite, chora-se compulsivamente pelos mortos durante horas. Algumas pessoas entram em transe neste processo. No segundo minuto do curta-metragem, é possível ver alguns índios fumando cigarros de tabaco e prendendo a respiração. No ritual, a substância auxilia o contato com entidades divinas.
A noite passa sem sono para os lutadores de huka-huka. O esporte indígena de combate é realizado na manhã seguinte ao kuarup. Além de dormir, seus participantes também não podem ter relações sexuais ou ficar próximos de mulheres menstruadas durante nas 24 horas antes da apresentação. Os jovens fazem escoriações com dentes de piranha no corpo e depois jogam ervas ardentes para se tornarem mais fortes. Ao meio-dia, todas as tribos vão embora.
Porém, nem todos estão satisfeitos com o kuarup. Segundo Valentina, alguns índios ficavam irritados com a presença das equipes de filmagens e atiravam areia nas câmeras. Provavelmente, uma manifestação de desagrado com a exploração comercial de um ritual que oscila entre a tradição e o espetáculo moderno.
Fonte: Revista de História
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